8 de abr. de 2009

NOTA DE ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO

Em 1996 o até então conhecido como banqueiro, DANIEL DANTAS, criou o banco Oportunity para construir, como tem tornado público, ilicitamente grandes fortunas, principalmente com a participação em privatizações como ocorreu com as estatais das telecomunicações e a Companhia Vale do Rio Doce.

As falcatruas das privatizações eram comandadas pelo grupo formado na época pelo então Advogado Geral da União, Gilmar Mendes, agora presidente do Supremo Tribunal Federal, DANIEL DANTAS, Fernando Henrique Cardoso e a corja do PSDB e PFL. Comenta-se que hoje este grupo é bem maior, com figuras até do atual governo.

Com esta fortuna DANIEL DANTAS passou a investir em compra de terras (lavagem de dinheiro sujo) para criação de gado de corte, principalmente no Sul e Sudeste do Estado Pará, através de um grupo denominado Agropecuária Santa Bárbara.

Numa forma de lavagem de dinheiro sujo chegaram a adquirir, de forma ilegal, em torno de 800 mil hectares de terras, num total de 43 fazendas, em nove municípios, a maior parte delas pertencentes ao Estado, aforadas em nome de membros da família Mutran, ou adquiridas por estes.

No dia 10 de julho a Polícia Federal, depois de minuciosa investigação, prendeu o mafioso DANIEL DANTAS, juntamente com mais nove membros da quadrilha (executivos do grupo Opportunity), o ex-prefeito de São Paulo Celso Pita, o especulador Naji Nahas e uma de suas irmãs.

A quadrilha chegou a passar só 48 horas na cadeia, foi solto por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal, GILMAR MENDES, alegando que ninguém pode ficar preso para ser questionado sobre os crimes que supostamente praticou. O que não vale para mais de 200 mil presos neste país, que se enquadram na mesma situação, mas estão na cadeia há muito tempo.

Enquanto o judiciário defende quadrilha de colarinho branco por outro lado faz tudo para criminalizar os movimentos sociais e condenar defensores dos trabalhadores, como é o caso da condenação do advogado da CPT em Marabá, José Batista Afonso, condenado a 2 anos e cinco meses de cadeia por defender trabalhadores vitimas dos latifundiários, mineradores, banqueiros e do Estado.

Devido o governo nunca ter incluído em sua pauta e mais recentemente ter abandonado até a promessa feita no inicio de seu governo, de realizar a reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, desencadeou, em todo país, uma jornada de ocupação de terras para forçar o governo a retomar o debate da reforma agrária.

No Estado do Pará o movimento priorizou as terras do Estado que foram vendidas ilegalmente por membros da família Mutran para o processado pela justiça federal, DANIEL DANTAS. São as áreas: Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás; Espírito santo, em Xinguara; e Cedro em Marabá.

Por conta desta justa iniciativa do MST o presidente do Supremo Tribunal Federal, GILMAR MENDES, também latifundiário, com apoio da nefasta mídia nacional, tenta disseminar em todo país uma onda de criminalização do MST e de todos movimentos sociais que lutam por justiça e cidadania.

Pegou carona com o ministro os latifundiários mais reacionários deste país, que estão na UDR – União Democrática Ruralista, na CNA – Confederação Nacional da Agricultura e no Congresso Nacional, tendo a frente a senadora Kátia Abreu, que usando instrumentos da ainda ditadura militar, solicitaram intervenção federal no Estado. Na região o mais significativo representante desta corja é o deputado federal Asdrúbal Bentes.

Nós, dos movimentos sociais do sul e sudeste do Pará, entendemos que o que é de jurisdição do Estado pertence ao povo, e não pode ser destinado a interesse particular, muito menos a ladrão. Portanto achamos justo a iniciava do MST em reivindicar as áreas acima citadas e outras que estejam na mesma situação, para que sejam destinadas para à reforma agrária. Esperamos que toda a sociedade e o governo assim também entenda, prezando pela justiça.

Marabá, 06 de abril de 2008.

CPT, SDDH, CEPASP, MMC, MAB, MPA, PJR, CIMI, ABEEF, FEAB, Mov. Juruti em Ação, Sindicato dos Urbanitários, Pastorais Sociais, CAFAR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário