20 de ago. de 2009

A Força

Da marcha de Irituia

para Adriana que sonha!

a força

é ríspida como é enfadonho

o governo e seus planos

e seus bajuladores

adoradores da lei!

o verbo

uníssono perfura

e la no fundo teima

a platéia se enfureceu com o

espetáculo

e revelou que o prato

é incólume

aos olhos da questão!

é verão

e há um imperativo secular

que não cabe nas bordas de nenhum

conceito

se o que é visto

é aceito?

latifúndio,

engasgo da felicidade!

o fogo que queima

o dorso das árvores

tem amém e espanto

e gíria e festa e tudo

o que soa

faz-me campo entre acasos e

espaços

o destino!

insepultos

são os homens invernados na luta!

na espera

fundaram em nós o esquecimento

um senso ignoto

para pastar

nas oferendas do baile.

o grito

apodreceu o poder!

teimam os Sem Terra

da pátria imperfeita!

Charles Trocate

Belém, agosto de 2.009

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