Parece que a onça está acuada e tenta destruir os caçadores. A multinacional que se apresenta ao mundo como empresa que cuida do meio ambiente, que tem responsabilidade social, que é uma empresa justa, agora está incomodada com os moradores de Jururi Velho. Tenta passar informações erradas para o mundo acreditar que ela é vítima de perseguição de uns vândalos, desocupados.
Uma hora, seus dirigentes dizem que "são 150 que se dizem habitantes de Juruti Velho". Também dizem que são violentos e não aceitam o diálogo e, imaginem, ameaçam " retirar a empresa de Juruti". Será que a multinacional vai largar aquele filé de bilhões de dólares só porque os moradores exigem participar dos lucros e que ela respeite o meio ambiente? E porque então buscaram pelotões de polícia militar, que a subserviente governadora do Estado prontamente atendeu?
É hora de se buscar outro tipo de informação mais objetiva sobre o conflito em Juruti Velho e que não é de hoje. O Ministério Público Federal é um órgão mais confiável para se saber porque a Alcoa está metida em conflito social e ambiental. Primeiro, ela já desmatou 800 hectares de floresta lá no canteiro de exploração de bauxita. O M.P.F. afirma que o motivo principal da ocupação é um protesto porque a Alcoa se recusa a um diálogo sério sobre os impactos sócios ambientais decorrentes da implantação da empresa na região. O M.P.F. em Santarém, diante das razões do conflito manda oficio à governadora do Estado, à Sema, ao Iterpa para uma reunião requerida pelas famílias ainda hoje lá no local da ocupação. Diz a nota do M.P.F. que o procurador da republica Daniel Avelino quer investigar práticas de improbidade administrativa de ex-secretários do governo do Estado, que teriam licenças ilegais à Alcoa.
Portanto, vândalos não são os reais habitantes de Juruti Velho. Eles e elas só querem justiça e respeito às leis ambientais do país. Eles querem o direito de benefícios pela terra que foi dividida para a multinacional construir sua ferrovia privada. Enquanto a multinacional, já responde a processo na justiça movido pelos MPF e MPE por supeita de ilegalidades jurídicas. O julgamento ainda não aconteceu.
Afinal, os habitantes de Juruti têm ou não, direito de usufruir dos lucros gerados pelo minério que está nas terras que eles habitaram por séculos e que ainda habitam e estão invadidas pela multinacional?
Edilberto Senna -Rádio Rural -Santarém
3 de fev. de 2009
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